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terça-feira, 21 de abril de 2020

Silêncio

O dia amanheceu tão calmo, ou será que minha alma está mais quieta, mais atenta. Meu corpo mais ralaxado, vou sentindo minha respiração enquanto escrevo, me atentando aos pequenos movimentos, tensões, ruídos, barulhos, cheiros.
Estou atenta, no aqui e agora.
Enquanto escrevo, imagens, sentimentos e falas, passam por minha mente, como um rio que corre de maneira tranquila.
Imagens do presente, passado, expectativas do futuro, ruídos que me falam sobre medo, expectativa, ansiedade, dor e alegria. Apenas observo e deixo ir e vou desenrolando aqui, minhas palavras.
Estou atenta aqui, mas me torno observadora do que em paralelo se passa em minha mente... deixo tudo ir e vou sentindo o misto de emoções que aflora e se vão...
Vão passando, passando, fluindo, seguindo seu fluxo.. será este o sentido da impermanência.. do desapego, do deixar ir e fluir? Não seguro nada, não me apego a nada, apenas me permito escrever o que surge e deixar ir.
Me observo, se tento controlar como escrevo os pensamentos as imagens cessam, me perco... deixo de lado a paz, parece que perco a espontaneidade, sera essa a essencia do controle.
Não sei...
Percebo como é estranho retornar a livre expressão, no começo trava, os pensamentos parecem traçados, o corpo reage tensionando, a respiração se torna mais superficial, e então puxo o ar e relação.... Apenas deixo fluir.
Retorno a atenção para os sons, depois para minha respiração e meu corpo.
Fecho os olhos por um instante....
A mente tagarela está aqui... sinto suas emoções, suas palavras.... penso... preciso trazer a cura até aqui...
Aos poucos retorno...alerta, o silêncio se esvaiu... para onde foi... me pergunto...
Fecho os olhos mais uma vez.
E o encontro na silenciosa melodia de paz, de minha alma.

Kátia Tanaka

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