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terça-feira, 21 de julho de 2020

Bênçãos





Quando vamos de coração aberto encontrar o sagrado recebemos o que precisamos e merecemos. Nem sempre tão claro, palpável, às vezes se mostra bem sutil, talvez aos olhos não atentos até imperceptível, mas está lá e é perfeito.

 Quando nos lançamos no sagrado com entrega, amor, fé e devoção , não tem como não ser abençoado, não tem como não ser tocado, não tem como não ser transformado. É preciso saber receber. Katia Tanaka

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Amor de Orixá

Impossível mensurar o amor de Orixá por nós, somos tão falhos e eles mesmo assim nos cobre com tamanho amor.
Quantas vezes de alma não deitamos no colo de Orixá, aqueles momentos mais difíceis que pensamos que vamos sucumbir e Orixá nos segura, nos ampara e nos acolhe.
Quantas vezes em desespero pensamos em desistir, mas de alguma forma Orixá nos preenche e nos faz acreditar que é possível seguir em frente.
Quantas vezes nossa fé se perde, se apaga, desacreditamos de nós, da vida, de tudo e de alguma forma Orixá nos renova e faz brotar em nós a mais profunda conexão com o sagrado.
Quantas vezes nos sentimos perdidos e Orixá, coloca diante de nós um novo caminho.
Quantas vezes pedimos ao Orixá aquilo que para nós seria a solução mais fácil e Orixá nos mostra que existem caminhos lindos para se trilhar, a vida é o caminho e o caminho é a solução.
Quantas vezes nossa vida é pranto e Orixá transforma as lágrimas em água que lava nossa alma.
Quantas vezes resistimos e nos perdemos no mundo e Orixá nos mostra que quando nos entregamos ao sagrado nossa vida começa a se transformar.
Como mensurar o amor de Orixá por nós e por nossa vida.
Podemos apenas sentir, vivenciar e nos entregar, nos lançar nos braços de Orixá e partir daí  deixar tudo fluir, seguir e ter a certeza que a cada passo de nosso caminho, jamais estaremos só, ao nosso lado estará sempre Orixá.

Katia Tanaka

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Melodia- Música da alma

A inquietude se remexe.
A melodia se espalha pelo ar.
As emoções que evocam estremece a armadura tão bem ajustada.
O sorriso aponta, meio tímido e sorrateiro, mas se esconde atrás da máscara. Será que os olhos ainda sabem sorrir?
E seguimos ouvindo o som, o tom, a voz... e então pensamos o que mais nos contagia?
E a música se espalha pelo ar, e evoca cores, sabores, cheiros, desejos, sorrisos, lágrimas, contam uma história, revelam sonhos, os profundos desejos, nos contam expectativas, vontades, ilusões e verdades.
Perdemos a noção do tempo, soltamos a voz, o corpo, celebramos a vida, as histórias, viajamos pelo tempo, entre as lembranças do passado e os mais secretos anseios.
A diversidade de sensações e emoções nos convoca, nos domina e liberta e de alguma forma, profundamente, nós transforma.

Kátia Tanaka




Em tempo de máscaras






Em tempos de máscaras
O que dialoga com seu olhar?
Olhar tido como as janelas da alma, onde a verdade se faz presente... será?!

Em tempo de máscaras...
O que escondemos?
O nos mostra, nos escancara e nos desnuda?

Em tempo de máscaras..
O que enxergamos dentro de nós? O que nos desafia, nos impulsiona, nos dilacera e nos trasforma?

Em tempos de máscaras e de distância o que nos aproxima, nos trás para perto, nos faz presente?

Em tempos de máscara...
O que enxergamos no outro?
Por dentro, por fora, nas entrelinhas...

Em tempo de máscaras...
O que passamos a enxergar, sentir, saborear?

Em tempo de máscaras
O que ganhou sentido?
O que perdeu sentido?
O que se vai?
E o que vai ficar?

Em tempo de máscaras....
A mãe terra se cura, se regenera, se transforma.

Em tempo de máscaras....
O que em nossa vida também vai se transformar.

Kátia Tanaka

terça-feira, 21 de abril de 2020

Silêncio

O dia amanheceu tão calmo, ou será que minha alma está mais quieta, mais atenta. Meu corpo mais ralaxado, vou sentindo minha respiração enquanto escrevo, me atentando aos pequenos movimentos, tensões, ruídos, barulhos, cheiros.
Estou atenta, no aqui e agora.
Enquanto escrevo, imagens, sentimentos e falas, passam por minha mente, como um rio que corre de maneira tranquila.
Imagens do presente, passado, expectativas do futuro, ruídos que me falam sobre medo, expectativa, ansiedade, dor e alegria. Apenas observo e deixo ir e vou desenrolando aqui, minhas palavras.
Estou atenta aqui, mas me torno observadora do que em paralelo se passa em minha mente... deixo tudo ir e vou sentindo o misto de emoções que aflora e se vão...
Vão passando, passando, fluindo, seguindo seu fluxo.. será este o sentido da impermanência.. do desapego, do deixar ir e fluir? Não seguro nada, não me apego a nada, apenas me permito escrever o que surge e deixar ir.
Me observo, se tento controlar como escrevo os pensamentos as imagens cessam, me perco... deixo de lado a paz, parece que perco a espontaneidade, sera essa a essencia do controle.
Não sei...
Percebo como é estranho retornar a livre expressão, no começo trava, os pensamentos parecem traçados, o corpo reage tensionando, a respiração se torna mais superficial, e então puxo o ar e relação.... Apenas deixo fluir.
Retorno a atenção para os sons, depois para minha respiração e meu corpo.
Fecho os olhos por um instante....
A mente tagarela está aqui... sinto suas emoções, suas palavras.... penso... preciso trazer a cura até aqui...
Aos poucos retorno...alerta, o silêncio se esvaiu... para onde foi... me pergunto...
Fecho os olhos mais uma vez.
E o encontro na silenciosa melodia de paz, de minha alma.

Kátia Tanaka

terça-feira, 14 de abril de 2020

Cheia do Todo, Vazia do Eu

E de repente você se sente sem ar.
Algo sufoca!
Você tenta ler e não consegue
Sente como se estivesse congestionada.
O corpo pesa, os ombros se sentem sobrecarregados.
Sente o excesso, de dor, fome, expectativas, frustrações, ideias congestionadas, conversas internas, vazio, medo, angústia.
E você tenta guardar tudo isso, como se tivesse uma "caixa de pandora" e tenta esconder no mais profundo de sua alma e repete baixinho "calma, tudo vai ficar bem"
E não fica.
E a caixa? Uma hora estoura, não é mais possível conter tudo ali guardado, até os "demônios" compreendem que é hora do seu eu ser renovado.
Abre os olhos, espreita a mudança o medo sussurra baixinho que é perigoso se aventurar por novos caminhos.
Mas a vida pede, clama, seu eu precisa respirar, já não é possível permanecer como está.
Com calma, passo a passo, entre medo, anseios, tropeços existe um anseio de recomeçar, não... recomeçar não... criar uma nova vida... Isso... resssignificar o olhar, o sentir, o vivenciar e experimentar a vida.
Surge uma luz, um lampejo de esperança.
O coração bate mais forte, parece que vai saltar pela boca, surge o medo e pensamos "E se eu não conseguir, me frustrar mais uma vez, não quero mais sentir está dor de tentar e não conseguir"
Mas a esperança hoje está mais forte, o tempo e as inúmeras tentativas já nos ensinaram o que não deu certo, já sabemos que a pressa é nossa maior inimiga, que expectativa não condiz com a realidade, que pequenos passos são mais importantes que a conquista, que paciência é nossa maior aliada.
Respiramos fundo, uma, duas, várias vezes. Sentimos uma leve tontura... sinal que estávamos respirando precariamente, aos poucos sentimos, ao menos um pouquinho nosso corpo relaxar, começamos a bocejar, sim, como que a descarregar essa tensão que nos acompanhou durante tanto tempo.
Aos poucos, bem devagar, nos sentimos mais calmos e a agitação vai cedendo pouco a pouco o seu lugar.
E assim vamos seguindo dentro de um processo que se inicia e isso por hora basta, vivenciar cada momento, cada etapa, hoje, agora, criando a consciência que cada momento é a linha de chegada, pois cada momento é avanço, superação e Vitória.

E passo a passo ir conseguindo se esvaziar do todo para se preencher do eu.

Kátia Tanaka

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Quando a vida pede maturidade para aceitar escolhas



Tem momentos na vida que precisamos olhar a nossa volta, reconhecer que estamos onde nos colocamos e vivenciamos nossas escolhas, seja ela, qual for.
Somos a soma de todas as escolhas, não escolhas e renúncias. Podemos até responsabilizar o outro ou terceirizar mas por mais que tentamos fazer isso, puxa, realmente não dá, não se trata do outro mas sim de mim.
Podemos ser aquela criança birrenta que eaperneia, quando algo dá errado, mas em algum momento teremos que encarar a realidade, somos nós mesmos que temos que modificar o que não deu certo. Óbvio que com isso, nos deparamos com o inevitável e real "nem tudo é como gostaríamos que fosse", então, nos cabe parar de "espernear" e aceitar.
De tempos em tempos as paradas são necessárias para reavaliarmos a vida, nos darmos conta se estamos indo na direção certa e se estamos atentos a nossa vida ou vivendo no piloto automático. Podemos perceber que está tudo dentro do esperado, fazemos a nossa parte, tudo flui, nos sentimos tranquilos.
Podemos perceber que estamos avançando de maneira muita mais fluida do que esperávamos e isso nos causará imensa alegria e nós proporcionará um sentimento incrível de bem estar e felicidade.
Podemos perceber que estamos abaixo do que esperamos mas alguns ajustes e bom estaremos em breve novamente na rota certa.
Mas, com está parada também podemos nos dar conta que estamos completamente desajustados, seja por termos nos desviados completamente, por termos nos perdido de nós mesmos em alguma parte do caminho, seja por em algum momento termos entrado no piloto automático e deixado a vida nos levar...
Enfim, não importa qual é o momento que você se encontra, em todos eles, mas em especial naqueles que percebemos que "fugimos da rota" teremos que ter maturidade para lidar com nossas escolhas. Aceitar que nos permitimos, aceitamos, escolhemos, tomamos decisões dentro do que a cada momento éramos capaz e está tudo bem.
E que após nos darmos conta que mudanças são necessárias, precisamos compreender que, nem tudo poderá ser transformado bruscamente, cada situação deverá ser analisada e decisões serem tomadas, uma a uma.
E cada passo será mais importante que a velocidade da mudança.
O primeiro trabalho a ser feito é a aceitação do que é, isso ajudará a aliviar a ansiedade e a frustração, reconhecer nosso processo de aprendizagem, nos auxiliará e reconstruir nossa autoestima.
Então calma.
Aprecie este momento, respire, se reconecte com você, acolha-se e também as suas escolhas e deixe a vida novamente fluir de maneira mais atenta e em sintonia com nossos dons, talentos e nossa alma.

Kátia Tanaka

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Apenas sou

Sou a soma de todas as minhas escolhas, minhas renúncias e não escolhas.
Sou a soma de toda minha coragem, medo e indecisão.
Sou a soma de todos os sorrisos, lágrimas e indiferença.
Sou a soma de todo amor, ódio e perdão.
Sou a soma de toda fé,  descrença e contemplação.
Sou a soma de todos os sonhos, desilusões e aceitação.. 
Sou a soma de toda luta, renúncia e redenção.
Sou a soma de tudo que me constrói, destrói e reconstrói 
Sou todo sim, todo não e todo talvez.
Sou a soma de tudo que me define, indefine e tenta compreender.

Mas de toda a soma apenas sou a cada passo,  a cada instante,  cada anoitecer e amanhecer.

Sou....

Hoje o dia está tão lindo lá fora...

Amo outono,  para mim são os dias mais lindos,  minha alma transborda contentamento.
Escuto a playlist que organizei, olho o céu e "sinto" um profundo silêncio.
Silêncio na alma.
Silêncio que acolhe toda a dor que vivemos mundialmente.
Silêncio que  nos leva de encontro a nós mesmos.
Silêncio que cala o burburinho.
Silêncio que afaga as nossas angústias e incertezas.
Silêncio que contrasta com o desespero que neste momento envolve a muitos.
Paro por um momento, olho o céu,  respiro fundo e deixo a paz, por um momento me invadir e transbordar.
As vezes na correria do dia a dia, nos esquecemos de apreciar algo tão simples como o céu, deixamos de sentir algo tão simples como o vento passando por nós, bagunçando nosso cabelo e o sol, aquecendo nosso corpo.
Neste momento em que só podemos sair por necessidade, já saímos apressados e com medo, nem conseguimos apreciar estas coisas tão simples.
Olhe para o dia lá fora, todos os dias, mesmo aqueles nublados tem sua beleza única.
Feche os olhos, sinta o vento, a temperatura, olhe demoradamente para cada detalhe, sinta, viva, abrace, acolha, aprecie, viva.
Que a simplicidade da natureza possa encantar cada vez mais nossas vidas e nós preencher sempre de contentamento.
Hoje o dia está tão lindo da fora... abro as janelas de minha alma para arejar....

Kátia Tanaka


quarta-feira, 8 de abril de 2020

Apenas deixe doer

Ouvi está frase em um dia em que estava me rasgando por dentro de dor. A dor do luto, da saudade de meu Pai carnal que desencarnou em 2012.
Embora óbvia, no campo do sentir é imensamente difícil. 
E vivenciando devagar deixar doer, fui me dando conta de quantas dores "engoli", joguei para debaixo do tapete nas últimas décadas, bem, uma hora isso tudo ia ter que explodir porque não iria mais comportar e a hora chegou.
Precisava parar, precisava realmente por um dia deixar tudo isso dar vazão, hoje com muita consciência do meu limite e mergulhar na dor sem suporte não é JAMAIS recomendado.
Não sabemos o que vem, como vem, nossos sentimentos são atemporais, nossa razão dimensional tempo e espaço mas sentimentos não, quer ver só... basta você pensar em algo bem feliz que viveu, enquanto escrevo me vem em mente a primeira vez que vi uma pessoa muito especial em minha vida, chega surge aquele sorrisinho, sinto mesmo que ameno aquela "borboletinha meio que a dançar no estômago" ahahah sabe quanto tempo passou? 26 anos.
E está mesma "lógica" ocorre com todos os sentimentos.
Bom, voltando ao "deixa doer", fiz está imersão supervisionada e me dei conta de muitas dores que precisava deixar doer, muitas saudades do vivido mas também do não vivido, de ruptura bruscas de relacionamento significativo que sim me desestruturou completamente; lutos, que envolve desde o desencarne de meus pais, meu pai desencarnou em 2012 e minha mãe em 2013, mudança de profissão,  quebra financeira, separação, separação de minha cachorra, e por aí vai... muitos lutos, muitas perdas, muitas transformações. 
Isso tudo foi e é a vida.
Durante grande parte deste tempo tive suporte psicológico, mas hoje, mas do que em qualquer outro momento, compreendi duas frases que ouvi: "as vezes tempo que jogar a bola para trás para conseguirmos seguir em frente" e "o processo terapêutico é como uma cebola, tem situações que precisamos tirar camada por camada"
E sim, acredito nisso, assim como acredito que algumas situações que vivemos ecoam em nós de maneira "sazonal" abril e maio há muitos anos são meus "gatilhos".
Bom, mas o que quero compartilhar com isso tudo.
Deixar doer para mim hoje é o caminho de me aconchegar, me pegar no colo, me fazer um carinho e enfrentar este monstro que parece querer me engolir. Anos se fizeram necessários para eu compreender que enquanto eu não deixar doer não vai cicatrizar, que sair desenfreada buscando uma forma de aliviar, esconder está dor não vai adiantar, pasmem só está piorando e eu me afundando...
Fiz um balanço bem rápido e percebi que muitas de minhas escolhas desde o dia que me quebrei inteira há quase cerca de 20 anos atrás foi mais por desespero por não suportar a dor do que qualquer outra coisa e isso foi virando uma bola de neve. Mas tive que viver a raiva, o ódio , a não  aceitação,  a falta de perdão e muitas outras coisas... e esta tudo bem, o luto, compreendendo que vivenciamos o luto não apenas da morte de alguém que amamos mas sim, são as perdas que vivenciamos e o luto tem suas fases....Eu só  precisava  ter parado naquele momento para sentir a dor que tudo aquilo estava me causando, mas nao consegui...e durante todos estes anos, fiz, escolhi e dei de mim o que pude.
E neste caminho, outras dores se juntaram a está, outras perdas e assim chegamos onde estou.
Hoje, este processo está lindo,  um novo desabrochar,  um novo momento de resssignificar minha vida.
Diante de mim, aos poucos outras possibilidades de ser e existir no mundo apontam no caminho.
Deixar doer, para mim é uma forma de me deixar viver e passinho por passinho, com todo suporte especilizado necessário  deixo a dor surgir, me permito me curar.
Deixar doer talvez seja o se permitir viver em sua plenitude...

Kátia Tanaka