Esta palavra tem causado uma certa ebulição em minha alma.
Fico indignada quando olho para o mundo a minha volta.
E a única coisa que me conforta é minha indignação.
Por mais que doa, que machuque o meu ser, que dilacere minha alma...
Por mais que corroa meus sentidos, que desperte meu sono...
Por mais que tente corromper os meus princípios e valores
Por mais que eu tenha que segurar o choro, engolir a angustia e sufocar o grito
Por mais que eu tenha que ficar pasma, boquiaberta, arregalar os olhos
Por mais que eu tenha que criar nervos de aço...
Por mais que eu tenha que engolir a seco o que muitas vezes vejo e ouço
Algo ainda me conforta:
O forte sentimento de indignação que de minha alma jorra
E me conforta, pois sei que enquanto meu ser gritar indignado
Eu ainda não me acomodei
Não me corrompi
Não perdi as esperanças de ver um mundo melhor
Não perdi minha essência
Não deixei, principalmente de ver todas as pessoas
Como seres humanos.
Seres humanos de muitas histórias, de muitas marcas, de vitórias e derrotas
Seres humanos que sentem, chora, se angustia, que se desesperam, que comemoram
Seres humanos que queres e devem ser vistos, apenas como gente.
A indignação me sufoca
Mas me conforta
Pois sei, que enquanto dentro de mim, existir a indignação existira também a esperança, a força, a vontade de lutar pela dignidade humana, lutar pelos direitos humanos, lutar pela mudança de um novo mundo, no mínimo mais justo e simplesmente mais HUMANO.
(Kátia Tanaka)