Translate

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Desatando os nós


Desatanto os nós, as amarras que me prende, me amordaça, me impedem de caminhar livre.
Mas desato, desta vez, sem pressa!!!!
Sem o desespero de me sentir livre.
Vagarosamente começo a me livrar dos pesos desnecessários que insisto em carregar.
Simplesmente paro por um momento para olhar o que devo deixar e o que é importante levar.
Abro devagar os olhos de minha alma para realmente me enxergar, sem pressa, sem medo, sem me esquivar, olho devagar com o olhar desperto, curioso, atento aos mínimos detalhes, as mais sutis nuances, sem pressa.
Abro simbolicamente os braços e me lanço, sento que aos poucos perco o medo de me entregar, de respirar profundamente, de viver, me sinto leve.
Descubro meus potenciais, vou aceitando-os como dádivas, presentes, como uma linda de obra de arte, sempre incacaba e onde é possível sempre aprimorar.
Descubro meus pontos a melhorar, sem medo, receio, sem fugas, aceitando-os como pedras bruscas que é só preciso lapidar.
Sinto, vejo as amarras que me impedem de caminhar, como um emaranhado de medo, receios, bloqueios, inseguranças, desesperança, tristezas, rigidez, defesas e calmamente começo a desatar as amarras, os nós, a desembaraçar, sem pressa, sem pressão, sem cobranças, apenas aceitando que tudo isso faz parte do meu eu, do meu momento de toda a minha possibilidade de hoje ser e existir no mundo.
E então, sorrio!
Sinto uma leveza inundar o meu ser.
E então relaxo, deixo acontecer.
Compreendo afinal que as amarras que me seguram, pode ser encarada de maneira mais divertida do que eu mesma possa imaginar.
Me permito brincar com meus medos, como uma criança que descobre um novo brinquedo, explorando-o com um ar de curiosidade.
Solto minhas tensões como uma criança que sopra bolinhas de sabão pelo ar, deixo-as ir.
Relaxo e deixo a vida acontecer, como quem boia e me sinto tranquila, relaxada, entregue, como a água que tranquilamente segue seu percurso.
Me vejo como quem pacientemente desembaraça um emaranhado de linhas para então presseguir sua arte.
E reflito...
Compreendo que desatar as amarras que me prendem é um processo, longo ou curto e que deve ser feito passo a passo, curtindo cada momento, cada descoberta, cada instante, simplesmente porque este processo faz parte da construção da arte que é minha vida.

(Kátia Tanaka)

Nenhum comentário: