Translate

sábado, 24 de setembro de 2011

Quando o passado não passa



Eu fico aqui pensando sobre a dor do amor morto, porém não enterrado.
E o quanto para algumas pessoas é tão dificil recomeçar, seguir em frente, pegar de novo as rédeas da vida e construir uma nova história.
Me lembrei de uma frase agora que diz mais ou menos assim que podemos escolher não sair do  lugar até que se entenda o porque de determinada situação em nossa vida.
Fico aqui pensando em quanta vida desperdiçada, quando se debruça no passado e fica ali remoendo, tentando encontrar uma resposta que pode ser que jamais virá.
A vida nos ensina que nem sempre existe um porque, que nem sempre dá para entendermos tudo, que algumas coisas são assim e pronto. Por mais que tentemos compreender, entender, achar respostas, certas situações nos pedem apenas que a gente siga em frente.
Por isso, sempre é possivel recomeçar e para isso é preciso dar o primeiro passo e este é o mais dificil.
Mas o mais legal disso é que depois do primeiro passo, os demais vão ficando mais fácil e quando nos dermos conta, pronto, estamos caminhando de novo.
A vida nos ensina que nem sempre é preciso esvaziar um coração para amar de novo e isso não quer dizer sair desesperada (o) atrás de um novo amor para tentar a todo custo fazer valer aquele antigo ditado "um amor se esquece com outro amor", todos nós temos o nosso tempo, mas que este tempo seja o necessário, nem de menos para suprirmos nossas carencias, nem demais até que nos tornemos duros. No fundo, cada um sabe seu tempo.
Quando esvaziar o coração não é possível, quando dentro de nosso coração existe um espaço que teima em debruçar no passado, podemos escolher nos permitir amar, dar uma chance para esta pessoa legal que surgiu em nossas vidas de ir conquistando seu espaço. As vezes o que precisamos é nos permitir, aos poucos podemos perceber que nosso coração, se esvazia de nossas dores e se preenche com o amor.
As vezes precisamos fazer o caminho inverso, quem foi que disse que existe uma regra, uma única forma de recomeçar, afinal cada um recomeça com o que tem, com o que dá, com aquilo que no momento conseguirmos. O importante é seguir, se caminhar está dificil, engatinhe, se engatinhar ainda for muito dificil, rasteje, mas siga, não pare. Aos poucos irá se fortalecer e então conseguirá caminhar com mais segurança.
Ficar remoendo o passado só faz mal, nos deixa com a sensação de que aquilo que ficou para trás é o melhor que poderiamos viver, sem nos darmos conta de que existe tanta coisa boa para se viver neste mundão de Deus e estamos perdendo a grande chance de ir além.
Basta acreditar que é possivel ser feliz sem nosso passado no presente, o que vivemos pode ter sido muito bom, maravilhoso, mas certamente não é nossa única oportunidade de ser feliz, de comparilhar bons momentos, de viver o que há de melhor.
Temos diante de nós inúmeras possibilidades, oportunidades que muitas vezes perdemos porque estavamos focados no horizonte do passado, então mire para frente, não importa o que quanto doa, passa, só não deixe o tempo passar, a vida passar, as oportundiades passarem pois o passado embora faça parte de nossa vida, só existe em nossas lembranças, o futuro é onde pode depositar seus sonhos mas o presente é sua vida.
Então olhe para o presente, mire-se no futuro e siga em frente!
Seja feliz!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

As respostas de nossas orações





Hoje fiquei refletindo sobre a resposta às nossas orações.
Muitas vezes oramos pedindo uma direção, uma resposta, um sinal para a resolução de um problema ou alivio de nossas angústias e se não estivermos atentos aos pequenos detalhes, esta resposta pode passar despercebidos.
Me lembrei de uma frase que diz "Deus usa meios estranhos para nos falar" e se não estivermos atentos, podemos não perceber o que Ele nos fala.
Pode ser que a resposta não seja tão clara ou surja de uma forma aparentemente distorcida, pode ser que ela esteja no oposto do que imaginávamos, pode ser que surja onde menos esperamos ou ainda, da forma que menos desejamos, pode ser que não seja tão indolor.
Mas algo é certo, jamais ficamos sem resposta!
O que acontece muitas vezes é que a resposta não é bem aquela que gostariamos e se não estivermos atentos, corremos o risco de achar que Deus não ouviu nossas preces, acho que no fundo pedimos e esquecemos que a vida segue um ciclo e nem sempre irá condizer como nossos desejos.
Certa vez em meio à turbulência, ouvi de um colega "às vezes temos um plano para nossa vida, mas Deus tem outro", talvez seja meio por ai. Afinal somos seres limitados e Deus enxerga longe, o que achamos que é um bem em nossa vida, poderá ser um grande mal lá na frente.
Talvez ai reside a essencia da gratidão por tudo que nos acontece.
As vezes reclamamos que algo não saiu como gostariamos, reclamamos, lamentamos e com isso enfraquecemos a nossa Fé e este é o momento em que mais devemos fortalece-la, pois tudo aquilo que depositamos na presença de Deus caminha para nosso bem maior.
Por isso, quando pedir à Deus uma resposta, fique atento aos pequenos acontecimentos, ouça sua intuição, se ligue ao que está à sua volta, a resposta estará ali.
E você saberá quando conseguiu ouvi-la, pois ao dar um passo sentirá uma imensa paz brotar em seu coração e a plena certeza de que jamais esteve desamparada e sozinha.

(Katia Tanaka)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Orar


Orar é uma delicia, aquela oração sincera que brota de nosso coração, na mais profunda comunhão com o Plano Espiritual.
Orar com entrega, devoção, abrindo nosso coração completamente, agindo com sinceridade, não porque teoricamente sabemos que Deus sabe tudo que ali se passa, mas porque assim desejamos.
Como nos faz bem.
Sabe aquele momento em que você pára e fica ali, contemplando, batendo um papo, sem palavras prontas, mas sim numa profunda intimidade que te faz se sentir acolhida, entendida, plena da mais pura paz.
Orar sem receios, sem formalidade, sem receita, sem ficar pensando em quais palavras pronunciar.
Penso que quando temos intimidade com o Plano espiritual, quando falamos com o coração, existe naturalidade, tranquilidade, sinto que podemos conversar falar o que pensamos, pois mesmo que tentemos enfeitar o que dizemos, já brotou de nosso ser, nossa real intenção.
Acho que por isso gosto tanto desta imagem que postei no inicio da mensagem, ela me lembra intimidade.
Quano mais intimos nos tornamos, mais a vontade ficamos, mais nos entregamos a esta ligação com a espiritualidade, nos tornamos mais abertos  para recebermos o que necessitamos e isso quer dizer que não necessariamente o que pedimos....
Uma oração que pode ser um pedido, um agradecimento, uma indicação de caminho, seja por alguém, por alguma situação. Não importa!
Pode ser uma simples conversa, longa ou curta, pode ser até mesmo o mais puro silêncio que vale mais do que milhares de palavras vazias pronunciadas. O mais importante é falar com o coração.
Orar crendo que tudo aquilo que foi ali compartilhado naquele momento, será encaminhado da melhor forma possivel, pois já não estamos sós, já não carregamos o peso de nossas dores e angustias sozinhos, já não nos sentimos perdidos, existe uma luz, uma direção.
Renovamos a nossa Fé.
E aos poucos  sentimos uma força, um aconchego, uma paz tão profunda que conseguimos sorrir, sentir a felicidade brotar do mais profundo de nosso ser, pois estamos Uno com o Criador.
E isso basta para nos sentirmos renovados no amor e na Fé e na certeza que não importa por onde caminhemos, jamais estaremos sós.

Gratidão



Hoje eu fiquei refletindo sobre o sentimento de gratidão e o quanto meu dia se transforma quando meu primeiro pensamento de manhã é agradecer a Deus pelo simples fato de estar viva.
Quando me sintonizo com a espiritualidade, sinto minhas forças renovadas, meu dia flui melhor e permanece melhor quando ao invés de reclamar agradeço pelas oportunidades de aprendizados que tenho diante de uma dificuldade.
Claro que não sou de ferro e tem dias que já acordo "virada" pensando nos inúmeros problemas que tenho para resolver, como hoje, por exemplo.
Me dei conta, que este dia foi pesado, estressante, me senti exausta, sem ânimo, parece que tudo contribuiu para que ficasse cada vez pior.
E foi justamente no auge desta onda de estresse que me recordei sobre a Gratidão, me recordei como meu humor é melhor quando logo de manhã agradeço, quando não me permito entrar em sintonia com reclamações que são como ervas daninhas que somente atrapalham o meu desenvolvimento, desempenho e qualidade de vida.
Afinal, a reclamação nos faz perder tempo! Por que digo isso, quando ficamos ali só reclamando, perdemos a maravilhosa oportunidade de potencializar nossa criatividade de modificar nossa realidade.
Criamos ao nosso redor uma energia ruim, aumentamos o nosso grau de estresse, desanimo e isso, simplesente faz com que nos tornemos cegos para enxergar o que muitas vezes é obvio.
Hoje foi um ótimo dia para que eu pensasse em meus pensamentos, meus sentimentos e em como uma simples escolha pode modificar como vou viver este dia de minha vida.
Claro que é um treino árduo, afinal, reclamar faz parte da vida e nos acostumamos a isso, os acontecimetos surgem, perdemos o controle, o foco, não há bons sentimentos que resista ao nivel de estresse que as vezes nos envolvemos.
Natural!
O que não pode se tornar natural é optarmos por viver desta forma.
Que nos estressemos por um momento, mas nos lembremos de relaxar no momento seguinte.
Que reclamemos por um momento, mas que conseguimos corrigir nossa postura e criar uma atitude criativa e positiva diante da vida.
Afinal, somos humanos, falhos e em pleno potencial de desenvolvimento constante.
Estamos neste mundo para crescer, emocionalmente, espiritualmente, aprendendo com nossos erros, com os erros alheios, com tudo que nos acontece e quando aprendemos a nos tornar gratos a isso, entendemos o grande milagre da vida.
Experimente a gratidão, pratiquemos a gratidão e desta forma, vamos transformar as nossas vidas.

(Kátia Tanaka)

Eu quero




Eu quero!
Estes dias fiquei pensando sobre o poder desta pequena palavra.
Quando dizemos, Eu quero, sentimos uma força que parece mover as nossas ações e nos impulsiona a seguir em busca da realização do nosso desejo.
Claro que por si só esta palavra nada realiza, é preciso sempre fazer a nossa parte.
E ao escrever, me recordo de algumas frases que ouvi e li:  "cuidado com o que se deseja pois pode se tornar realidade" ou "vai que passa um anjo e diz amém", ou ainda "quando queremos algo de todo coração, todo o Universo conspira a nosso favor para que possamos realiza-lo" e "seu desejo é uma ordem".
Tudo isso me remete a pensar sobre tudo aquilo que desejei de todo coração e acabei realizando, tive foco, persistencia, entusiasmo, lutei, insisti. Creio que este seja o segredo: Ação!
As vezes não acontece no momento exato que gostariamos, em outros momentos não se concretizarão, faz parte!
Algumas conquistas valerão a pena, outras em nossos sonhos era bem melhor, mas o que importa no final é jamais perder o entusiasmo perante a vida.
Sonhar faz bem, lutar pela concretização dos nossos objetivos, nos faz se sentir vivos.
Mas é sempre importante manter o foco.
Grande parte de nossos sonhos não se realizam porque os deixamos esquecidos, nos empolgamos e paramos diante das dificuldades ou perdem o sentido, normal, afinal assim como nós mudamos, nossos sonhos também, o que hoje faz sentido, amanhã já não importará tanto.
Assim segue a vida.
Fico aqui pensando, nos sonhos que deixei para trás, alguns hoje gostaria de ter realizado e até poderia se eu tivesse tentando um pouco mais, mas chorar pelo que passou não adianta, é pura perda de tempo.
Tudo na vida tem seu tempo certo de acontecer, até mesmo a consciencia de que quando pensarmos em esmorecer, insistirmos um pouco mais.
Talvez, sairmos do piloto automático e não nos deixarmos levar pela loucura da corrida contra o tempo, afinal, com o tempo percebemos que quanto mais atentos estamos com nossa vida, menos agimos no piloto automático, mais conseguimos realmente pegar as rédeas de nossas vidas e seguir em frente da realização de nossos sonhos.
Ter foco, persistencia, objetivos claros ajuda e muito concredizar o que queremos, mas existe algo muito mais essencial que tudo isso, entusiasmo.
Uma pessoa entusiasmada pela vida, não esmorece diante das dificuldades, não se deixa abater pelos pequenos ou grandes obstaculos, encara a vida, saboreia o que surge, pode até fazer careta diante dos dias amargos, mas não deixa a "peteca cair".
Uma pessoa entusiasmada sabe o que quer e segue em frente, sabe que ninguém chega ao todo da escada se não subir o primeiro degrau.
Uma pessoa entusiasmada se estasia com a força e a energia desta pequena palavra Eu quero, e já que quer, aprende a comemorar as pequenas conquistas.
Então, pratiquemos o Eu quero com todo entusiamos que existe em nosso ser.
Abra um sorrisão para a vida!
Se olhe no espelho e descubra o vencedor que existe dentro de você.
No final, quando Eu quero se tornar no Eu realizei, você perceberá que todos os esforços valeram a pena e a pessoa mais responsável por isso, será Você!!!!!

(Kátia Tanaka)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O que você entende por superficialidade?



Hoje me perguntaram: O que você entende por superficialidade?
Fui pega de surpresa, pois em momento algum me ocorreu em refletir sobre a superficialidade. Sabemos o que é ser Superficial, mas como expressar em palavras?.
Esta pergunta de supetão me remeteu a refletir sobre este tema.
Ser superficial para mim é estar a beira, na borda, olhar o que se mostra, o que se apresenta diante de nós, me trás a sensação de uma aceitação sem reflexão critica, um olhar de relance. Me remeteu ao vazio, às máscaras que em algum momento cai, me remeteu às aparencias, aquilo que no fundo não é.
Refleti sobre a superficialidade em vários aspectos da vida, nos relacionamentos (seja ele amoroso, amizade, pais e filhos), na realização de um trabalho (seja academico, seja profissional), no autoconhecimento, na forma como nos apresentamos ao mundo, como nos posicionamos.
Me lembrei de algo tão simples, uma atitude nossa de cada dia, que nem se quer nos damos conta. Encontramos um amigo e ao cumprimenta-lo dizemos:
Oi, tudo bem?
Tudo e você.
Tudo...
E aí a conversa prossegue, este ato é tão automático e que todos já esperam receber e responder "tudo" e não importa o quanto estejamos "um caco" nossa resposta será sempre a mesma, seja com um sorriso irradiante ou um sorriso "amarelo".
Não me vem nada mais claro, no momento, de um clássico exemplo de superficialidade e digo isso porque se olharmos nos olhos, se repararmos na fisionomia, nos pequenos traços, sentiremos, se de fato a resposta condiz com a pergunta..... E o mais interessante é ousarmos ser sinceros e responder a verdade, "não, está tudo péssimo" parece que as pessoas travam, são pegas de surpresa e algumas não conseguem esconder o incomodo com a situação, afinal mudou-se a rotina, diante da supercialidade automática, parece que as pessoas não estão preparadas para ouvir e muito menos acolher.
Olhando para os relacionamentos, podemos igualmente perceber o quanto alguns são extremamente superficiais, claro que sei que amizade, aquela do peito é algo que se constrói aos poucos com o passar do tempo, mas também reflito sobre o quanto com o passar dos anos, certos valores mudaram, certas formas de se relacionar mudaram.
Eu tenho poucos amigos, vários colegas e muitos conhecidos e meus melhores e maiores amigos são aqueles que construi ao longo de décadas, desde a infancia. Certa vez um amigo me disse o seguinte, que nós somos realmente amigos, aquele do peito e aquele que de certa forma podemos contar, que de fato estão ao nosso lado pelo que somos e não pelo que temos, pois nos conhecemos em um momento em que nada tinhamos, éramos crianças.
Claro que tenho grandes amigos que conheci na fase adulta e nem por isso são interesseiros ou menos amigos, mas percebo que algumas amizades são diferentes, os tempos mudaram, o mundo mudou, as pessoas também mudam, mas algo me inquieta e intriga.... existe um certo vazio.
Vejo que em algumas situações, a aparencia, o jogo de poder, o status, contam mais do que realmente o laço de amizade, contam mais com o verdadeiro querer bem, ou seja, sou sua amiga, companheira (o) do peito enquanto você de alguma forma puder me servir. Quem nunca se sentiu assim que me atire a "primeira pedra". Se sairmos da superficialidade e mergulharmos de verdade na reflexão das nossas relações de amizade nos depararemos com esta situação facilmente e isso não quer dizer que gostaremos menos de algumas pessoas, que todas são ingratas, mas que no fundo, a relação que se estabeleceu é superficial, serve a uma função, existe um propósito e ponto. Sem mágoas e rancores, afinal nós também não somos perfeitos!.
Outro ponto que me fez refletir foi sobre os relacionamentos amorosos, estes então por um momento me chocam e antes de prosseguir, ressalto, sim! eu acredito no amor, sou meio a moda antiga..
Mas reparo em como as pessoas hoje se relacionam, e por um momento, juro, me sinto meio careta!
É um tal de fica aqui, pega ali, cata lá, ouço frequentemente, "Ah se não der certo, separa", saidas de um relacionamento, entradas em outro, numa rapidez estrondoza, quando as pessoas não ficam ali, na eterna "azaração". As vezes tenho a sensação de que se perdeu aquela magia da paquera, do olho no olho, do sorriso, de uma bela conversa, parece que caiu de moda, virou brega, antiguado paquerar, o que pega hoje é "chegar chegando e beijar na boca" ou "cala a boca e beija logo", e assim iniciam-se as contagens, de quantos (as) "pegaram" na noite. Há um certo tempo, fui em uma "balada"  e fiquei observando, passa, olha e beija e depois, sai andando... mas... qual o seu nome? Pra que saber o nome, afinal, o que importa é beijar e chegar ao final da noite com um número razoavel de pessoas e um imenso vazio no coração. E para que pensar no vazio se o que conta é que sua "beleza, aparencia e aceitação" serão contabilizados nos números, é isso que conta afinal, mas algo continua a me intrigar, e o que se faz com o vazio, preenche ele com várias doses de vodka?  E indo um pouco mais além, sem sair da superficialidade, e o sexo por sexo, por simples prazer e no dia seguinte, normal, cada um para o seu lado e beleza? Fico aqui pensando,  e o vazio, será impressão minha ou continua aumentando cada vez mais.
E fico aqui me perguntando, refletindo sobre o aumento do consumo de alcool, drogas, parceiros, obesos, depressivos e por aí vai. Será que posso associar isso a esta tal de superficialidade?, talvez. Embora exista as questões associadas, que não adentrarei aqui.
Adentrando no relacionamento familiar, o que mais ouço todos os dias "meu filho (a) não me ouve, não me obedece, faz o que quer, não tem mais jeito, não tem limites" e por aí vai. E ao escrever isso me recordo de uma pessoa com quem trabalhei anos atrás que me dizia, "basta eu olhar para meus filhos e eles já sabem o que quero dizer a eles". E hoje nem gritar resolve mais.... Fico pensando nos vinculos, no afeto e ao mesmo tempo penso, qual afeto predomina mais, o emocional ou financeiro? Passa-se menos tempo com os filhos, afinal temos que correr atrás do dindin que com toda certeza do mundo, não caí do céu, mas penso, não é o tempo que se passa, mas a qualidade de cada minutos que se pode estar com, e isso não quer dizer fisicamente. O que vejo com frequencia, são pais cada vez mais ausentes e isso em todas as camadas sociais, e filhos cada vez mais afagados por toda a inovação tecnologica, abraçados pelas ruas, acolhidos pelos vicios (narguile, cigarros, bebidas, drogas e por ai vai). Vejo pais perdidos, filhos sem limites, pedidos de socorro das mais variadas formas. Mas onde entra esta superficialidade? Escutamos, mas somos incapazes de ouvir, vemos, mas somos incapazes de enxergar, afagamos com todas as inovações tecnologicas, com a moda, mas somos incapazes de dar e nos entregar a um abraço, educamos com as melhores escolas, com todos os cursos, com o que há de melhor, mas somos incapazes de educar com valores e exemplos, perdemos rapido demais a paciencia e compreendemos de menos e por ai vai. Sem falar nas classes menos favorecidas, onde a labuta do dia a dia, distancia cada vez mais esta presença, fragiliza ainda mais este alicerce tão importante na formação de todo e qualquer ser.
Prossigo pensando sobre o trabalho nosso de cada dia e claro, pensando em minha área de atuação, reflito sobre meu instrumento de trabalho, olhos, ouvidos e boca. Posso olhar a pessoa que está na minha frente, posso ouvir o que me fala, mas só conseguirei atuar, se conseguir enxergar quem ali está e de fato só conseguirei compreender o que me diz, se eu escutar atentamente tudo que me diz, me despindo do que eu acho, afinal o que eu acho, só é importante para minha vida. Os juizos, meus valores, meu habitos minha construção, absolutamente nada valem para aquela vida que tenho diante de mim, é preciso ir alem. Se nos mantivermos na superficilidade corremos o risco de não enxergar o ser humano total que tenho a minha frente, que tem uma história, que tem autonomia para fazer escolhas, mesmo aquelas que eu acho mais erradas, mais inoportunas e improprias, corro o risco de por não compreender, não aceitar o que é me dito, não ir além, não mergulhar e compreender aquela vida que está diante de mim, muitas vezes com seu grito de socorro, escondido no silencio de uma lagrima de caí....
E fico aqui pensando, neste vazio, nesta necessidade desenfreada de consumir, ter, da busca desenfreada por uma exuberante aparencia e uma fuga fulgaz do ser, do autoconhecimento, do entrar em contato com nosso mais profundo ser. Afinal cuidar da aparencia, seja ela, status ou fisica dá menos trabalho, afinal o superficial é o que se mostra e vestir esta máscara, por vezes cai bem demais, então, pra que se preocupar em se olhar, aquele olhar franco, sincero, dolorido por vezes, mas ao mesmo tempo compensador, nada paga a sensação de nos olhar e nos sentirmos felizes pelo que somos e não pelo que temos, afinal, quando falamos em ter, o que hoje é inovação, daqui um mês é ultrapassado.
Vejo que se eu for continuar a escrever sobre tudo que me remete a esta tal superficialidade, daria para escrever um livro, talvez em algum outro momento, volte a refletir sobre este tema.
Pensando sobre ele, fico com a sensação de um certo vazio, ou quem sabe um incomodo, por perceber que somos mais superficiais do que realmente pensamos, pois neste mundo "fast food", somos engolidos por uma falta de tempo absurda, seja simplesmente para pensar, não há tempo, temos milhares de coisas para fazer até chegar ao final do dia, então seguimos assim, vamos que vamos, não há tempo a perder, tempo é dinheiro e com isso perdemos em qualidade, seja de vida, seja do trabalho que desenvolvemos, seja em fortalecer vinculos, em curtirmos os momentos, em vivermos de fato, termino esta reflexão com a sensação  se não pisarmos no freio e sairmos do piloto automatico, corremos um sério risco de parecermos robos, cada vez mais inovados e cada vez menos pensantes, reflexivos e criticos, ou seja, mergulhados, engolidos pela superficialidade.