Existe momentos em que sentimos tanta falta de ter alguém, mas não qualquer alguém, pois existe um momento em que qualquer coisa já não nos basta.
Talvez aí diferenciamos o que seja carência, ou seja, aquele momento em que qualquer momento pode nos trazer o alívio para a solidão que nos invade, mas chega um momento que definitivamente trilhar este caminho é ainda mais vazio, ou como certa vez eu li, trás uma certa "ressaca moral" e nos sentimos mais vazio do que já estávamos.
Quando falo destes momentos que sentimos falta de ter alguém, falo de um outro sentido, além da carência, falo da busca de alguém que venha acrescentar, que seja companheiro, que exista uma troca de vivências, de sentimentos, desejos.
Não falo dos momentos "fast food", que vem e se vão, que são apenas um mero momento e acabou, falo de algo mais, do interesse que um passa a ter pela vida do outro, dos sonhos em comum, falo da construção de um relacionamento, onde certamente a carência não é a base.
Acho que o tempo passa e com isso, ficamos mais exigentes, não nos conformamos com qualquer coisa, pois aprendemos que queremos e temos o direito de ter muito mais.
Claro que os momentos fazem parte deste caminho, afinal nada vem assim prontinho e redondinho, mas nesta fase de se conhecer, aprendemos a escolher.
Já não nos contentamos com relacionamentos mornos, para não dizer quase mortos.
Já não nos contentamos com migalhas.
Já não nos contentamos com "antes ter alguém que ficar só".
Simplesmente porque aprendemos a nos bastar e com isso não quer dizer já não precisamos das pessoas, apenas não depositamos mais a nossa vida nas mãos de ninguém, a não ser na nossa!.
Creio que não existe uma receita para os relacionamentos, cada relacionamento é único e quem procura uma receita para a felicidade a dois, já começou pelo caminho errado.
O que existe mesmo é nos permitirmos!
Criarmos nossa forma de ser neste relacionamento e permitir que o outro seja.
Porém até este processo é único.
O que diferencia na realidade é a nossa forma de nos posicionar diante das possibilidades que surgem a nossa frente e o relacionamento a dois passa a fazer parte de nossa vida e não o motivo de nossa existência, nossa felicidade e nosso sentido.
E partindo disso, podemos até mesmo dizer que somos ainda mais felizes, pois compreendemos que o outro nos chega para somar em e não para ser nossa vida.
(Katia Tanaka)
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