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sábado, 22 de março de 2008

Silêncio Interior

Me sento para escrever e as palavras parecem fugir, parece que meu interior está em completo silêncio. Não surge idéias para se quer eu imaginar sobre o que escrever. Paro por um momento na frente do caderno e então começo a escrever sobre este silêncio interior e como eu no momento posso senti-lo.
A primeira reflexão que surge baseia-se em como é difícil aceitar este momento tão quieto e calmo e o quanto me incomodo com isso, a ponto de não conseguir me deixar simplesmente quieta.
Poderia descrevê-lo neste momento como um estado de contemplação do meu interior, uma calma me invade, sinto que uma tranqüilidade intensa invade meu coração. Poderia retratar este momento como um final de tarde de muito calor na beira da praia, caminhando... seria como sentir uma leve brisa tocar meu rosto, pareço estar neste momento em harmonia com todo o Universo.
E como é MARAVILHOSO me sentir assim... tão em paz!!!!
Poderia retratar este momento expressando que talvez eu me sinta "boiando no mar da vida" e me deixo levar por seu fluir, por sua tranqüilidade, paz e beleza.
E é tão estranho sentir-me desta forma.
Estamos tão acostumados a viver de forma tão agitada, sempre com "mil coisas" para fazer que a todo momento corremos contra o tempo, a cabeça não pára, mal acabamos de fazer uma atividade e já estamos pensando em como fazer a outra que nos aguarda.
Quando nos damos conta, o tempo passou e mais um dia se finda e embora o corpo sinta o reflexo desta vida agitada, a mente se agita enumerando o que precisa ser feito ao mesmo tempo que enumera também o que ficou pendente.
E assim passamos nosso dias, nossos anos e porque não dizer que a vida.
Retorno à reflexão sobre o meu silêncio interior e percebo como é maravilho sentir-me desta forma, mente e corpo em harmonia, parece que equilibro minhas energias e encontro enfim, um momento de descanso. E como este silêncio me incomoda.
Reflito por um momento sobre este incomodo e percebo que o incomodo surge justamente porque é um momento comigo mesmo, não enumero mentalmente nada do que eu tenha que fazer externamente e nem agito minha mente com preocupações, expectativas, sonhos... o que existe é apenas um imenso silêncio.
Creio que talvez este seja um momento em que me olho no espelho da "alma, não me escondo atrás de nada externo.
Este é um momento somente meu, apenas sentir, em nada pensar, apenas usufruir este momento, senti-lo tão único, tão intenso, tão sublime, que faltam palavras para expressar tudo que contemplo dentro do meu eu, neste momento.
(Katia Tanaka)

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